Alma Gêmea?!
Lendo os livros do André Luiz, uma coisa eu sempre percebo. É muito comum, ainda mais dado a época (na década de 30, 40) falar-se de amor eterno, o casamento com a "alma gêmea" (não, não há alma gêmea para o espiritismo), aquele espírito com o qual temos tamanha afinidade que queremos ser casados com ele para sempre (tanto encarnado quanto desencarnados).
Lógico que nem todas as situações narradas são de pessoas que estão casadas com esse amor. Como diria vovô, a amada imortal. Mas boa parte dos problemas e situações envolvem, sim, esse amado imortal. Alguém por quem você se apaixona, casa, constrói sua família e vida. A morte pode separá-los carnalmente, mas não emocional e mentalmente. Isso não impede a (ou o) viúva(o) de procurar um novo(a) companheiro(a). Só que não será esse amor "sublime" tão falado, como o anterior.
Sempre que eu leio sobre isso, começo a pensar: mas e agora? Agora no sentido, no tempo atual? Estamos em outra era, outros tempos. A sociedade está diferente. Ainda procuramos alguém com quem casarmos e passarmos a eternidade juntos. No entanto, essa procura está muito mais acentuada do que o encontro. Não to querendo reclamar que eu não acho meu amado imortal, longe disso. Só to querendo ressaltar que as coisas atualmente são diferentes do que eram na década de 40, quando 90% dos casamentos eram arranjados, o namoro era olhar um para o outro distantes 100 m e você só pegava na mão do seu "amor" quando a pedia em casamento.
Lógico, discussões a parte se isso é ou não certo (discussão do sexo dos anjos, já que são culturas diferentes, não necessariamente certas ou erradas), que isso não nos dizia que aquele era nossa "alma gêmea" e muitas pessoas eram (e ainda são) obrigadas a passar suas vidas casadas com alguém por quem eles não sentem nada, nem mesmo afinidade. Mas daí entra em outra questão espírita que não vem ao caso agora.
O que quero dizer, acho, é que antigamente era bem mais simples achar nossa "alma gêmea". Era aquele e pronto. Hoje estamos pior que macaco, pulando de galho em galho, até achar. E o pior não é isso: é que criticamos aqueles que começam a namorar cedo e já casam e estão bem juntos. Falam "nossa, mas você só vai fazer sexo com uma pessoa na sua vida toda?! Como assim?!". Se eles são felizies, se dão bem, se acharam logo, e daí?
O mundo ta tão voltado para a cultura e o culto do sexo que me assuta. Hoje, quando se marca um encontro, a primeira e maior preocupação é "dar ou não dar". Se depois do terceiro encontro a guria não dá, o cara não quer mais. Mulher que não dá de primeira, ta se fazendo. O que eles realmente querem é só um bom e ardente sexo.
Cade o se apaixonar? O conquistar? A surpresa das descobertas do dia-a-dia? A vantagens do aumento gradual de carícias? O se conhecer ao longo do caminho? O carinho simples e puro e sincero? As conversas em comuns? O realmente namorar? O rolo que vai virar algo mais?
Tudo isso, alguns vão dizer, é o que uma adolescente quer. Você já ta velha para buscar essas coisas. Mas por quê? (E diga-se de passagens, acho que tem muitas adolescentes não querendo tudo isso... só se jogando com tudo no sexo e pronto!) O fato de ser mais velha já implica, nesse nosso mundo, que eu não quero me apaixonar como uma adolescente, ficar como uma adolescente e ter todos os processos naturais de namoro?
Nesse mundo, por essa perspectiva, que eu me pergunto: onde estamos? Por que nos perdemos tanto, no quesito "amor" e "amado imortal"? O sexo é algo selvagem, animal. Extremamente bom, gostoso e recomendado - com a pessoa certa, não com todos. Mesmo assim, é algo animalesco. Nós já evoluímos em muitos sentidos. Por que, então, regredimos nesse ponto? E como fica agora nossa alma gêmea? Será que nos perdemos dela também? Perdemos a capacidade de esperá-la, aguardá-la e, acima de tudo, amá-la?
Eu sei que ainda somos naturalmente românticos. Que só queremos curtir a vida. Mas mesmo assim, ainda tenho essa dúvida no quesito amor: onde estamos, como estamos e para onde vamos? ^^
P.S. As imagens contidas nesse post não são de minha autoria e nenhum desses gatos é a Fran. Todas foram encontradas pelo Google.
2 posts:
Ahhhhhh nega, questão primordial essa né.
Eu na real acho que o problema das pessoas é o querer estar na turma. E as turmas agora estão voltadas pra procura do sexo sem compromisso, e se você não é assim você é a careta.
Eu posso te dizer por experiência própria que uma vez na minha vida quis fazer parte do grupo e esqueci de mim e isso me magoou demais.
Acho importante as pessoas saberem quem são e o que querem não importando se está na moda ou não.
Se o cara for legal e gostar realmente de você vai saber esperar as coisas acontecerem, vai curtir os passeios de mãos dadas no parque, se não talvez não fosse o cara certo pra você.
O que as pessoas tem que aprender é que estar sozinha não é um crime e não é tão ruim assim. Estar sozinha não significa ser solitária. Muitos estão presos a u relacionamento por medo da solidão e são tanto ou mais infelizes que alguém que esteja sozinho.
bjks ;)
Olha, minha amiga, acho que não é uma questão de idade.. também procuro isso e já estou no meio do caminho do "inta". O que vejo é que as pessoas estão superficiais, cada vez mais e não apenas para esse assunto. E, me pergunto, onde está a evolução nesse caso. Me confunde muito nesse aspecto (espiritual) e, claro, vem a tona a questão do livre arbítrio. Na verdade, ou melhor, na minha verdade, as coisas precisam ter valor, se não tem, sigamos em frente. É um pouco duro quando esperamos por algo que parece meio impossível nas condições atuais, mas não abro mão do pleno. Sobre almas gêmeas, ah, acho que existem sim, estou até hoje procurando um ponto luminoso no ombro esquerdo das pessoas, assim como Paulo Coelho indicou uma vez... hehehehehe
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