Folga Breve

Hola!

Num momento raro de folga e abuso internetístico estou aqui! o/

Hoje é oficialmente o primeiro dia que a galera foi caçar tartaruga. Por caçar eu quero dizer capturar para ver o estado, marcar, ver se tem algum bicho nela, cuidar, essas coisas. O ponto onde nós “pescamos” as tortugas (tartaruga em espanhol) fica a uns 5, 6 km da “base”. Portanto, é uma bela de uma caminhada.

Durante o fim de semana a cidade estava em festa. Literalmente. O vilarejo de 1500 habitantes (sim, só isso) esperava receber 3000 (pois é... pouco mas muito, né?!) para a festa típica da cidade. Foi na escola mais antiga daqui (e acho que é a mais antiga do país também). O Karumbé (que é o projeto para o qual estou voluntariando) foi convidado a apresentar algumas das coisas que fazemos.

Basicamente por isso passamos o fim de semana só “curtindo a festa” uruguaia. Como moro no Rio Grande do Sul a 4 anos, nem foi tão diferente assim. O pessoal aqui tava tudo com roupas típicas gauchas (se fala gá-u-chas) e andando a cavalo e com o chimarrão no braço. As comidas eram meio estranhas, mas só o jeito de fazer. Comprei uma torta por 10 pesos (1 real = 10 pesos) que era só massa frita. Mas até tava gostosa.

Depois teve a genetiada (acho que se escreve assim). Quem é gaúcho conhece mais. Mas é igual rodeio, tipo, mesma essência. Tem cavalo bravo, o cara tem que ficar em cima dele por 8 segundos. Eu até tava curtindo, já que pensei (inocentemente) Poxa, aqui pelo menos não tem aqueles fitas dos rodeios que apertam os cavalos para eles pularem mais... Foi aí que vi, no cara que ficou muito tempo pulando e se exibindo em cima do cavalo, uma espora. Meu, perdeu toda a graça pra mim. Sou totalmente contra esporas!

Mas... a festa continuou. Conheci um francês que ficou no Brasil por 5 meses. Falava bem o português, e nós até conversamos bastante. Tirando isso, o portunhol mais por lado do porto do que do nhol reina aqui. Mas com a australiana eu consigo conversar em inglês (prefiro mil vezes ao espanhol), o que é bom, porque assim treino o meu parco (e relativamente bom – sem nenhuma modéstia) linguajar “americano”.

Como a escola fica a uns 2 km do centro do Karumbé e viajei sexta e fomos e voltamos e fomos e voltamos e ficamos em pé... minha perna inchou. Achei isso horrível, porque acordei ontem com ela 4 cm maior e doendo. Inclusive para andar. Já estava chateada e preocupada. Mas fiz o que tenho que fazer (fiquei com a perna para cima, andei pouco, alonguei bastante, fiz os exercícios que minha fisioterapeuta recomendou...) e hoje acordei melhor. No entanto, como sempre precisa de gente no centro, acabei ficando aqui.

Não achei ruim, nem um pouco. Eu não poderia ir. Prefiro descansar a perna, ter certeza de que está tudo bem. Afinal, como eu já disse, é uma boa e longa e cansativa e extremamente exigente caminhada até o ponto onde colocamos a rede para capturar as tortugas.

O melhor (ou pior, para eles) é que fiquei aqui sozinha. O que significa que vou cozinhar. Agora, isso por si só já é para deixar todos preocupados (eu + cozinha = desastre alimentar). Acrescente, agora, o fato de que é para eu fazer polenta e carne de soja. Eu nunca fiz isso. Nem sei o que são os dois. Por tanto, rezem para me baixar uma ajuda inspirada e não ficar intragável a minha comida. Tadinha da galera, eles merecem algo razoável quando voltarem do campo.

Bem, vou lá arrumar a cozinha, lavar o banheiro, fazer algo para o meu almoço, limpar o centro e fingir que sou uma dona de casa. Não faço isso nem na minha casa, mas não é por isso que não farei aqui ou farei mal feito. O meu melhor, sempre!

Quando conseguir as fotos, posto! ^^

**Morrendo de Saudades da Fran!!! Eu quero minha ronronadora fofa e totosa para apertar apertar apertar apertar**

P.S. Só para esclarecer, ela está bem cuidada pela Paulinha enquanto eu estou aqui. Mas eu morro de dó e saudades dela mesmo assim.