Como todos (ou quase todos) sabem, sou uma mera estudante universitária que vive longe bem longe da casa dos pais. Visito mamãe uma ou duas vezes por ano, só quando as férias são grandes o suficiente para compensar o preço das passagens para casa (e o tempo de viagem, que é em média de dois dias). No entanto, sempre que chega essa época eu me deparo com um dos maiores problemas que a adoção da Fran me causou: o que fazer com a gata?
Lógico, sempre existem opções... pedir para um vizinho tomar conta, deixar na casa de algum amigo, levar com você... mas todas essas opções geram gastos e alguém sempre vai sair incomodado, mesmo que a pessoa não reclame. Por essas e outras, isso é algo extremamente importante para se considerar quando decidimos adotar "um bichinho".
Um bicho nunca é única e exclusivamente um simples animal para nos fazer compania. É alguém sim, alguém que precisa de atenção, amor, carinho, cuidados, comida, higiene, precauções e gera muitas, muitas preocupações.
Não é porque não me convém levar a Fran para casa que eu vou deixá-la aqui sem me preocupar com o fato de ela passar o dia todo sozinha, se alguém vai vir dar comida para ela, se ela não vai fugir, não vai se perder, não vai se machucar... Se a pessoa que eu escolhi para cuidar dela vai realmente cuidar, ou seja, limpar a caixa de areia dela, dar comida todos os dias e não quando ela lembrar, dar atenção e carinho quando vier fazer visita, ver se o cocô e o xixi não aparentam nada estranho, ver se a Fran anda comendo e se não apresenta nenhum machucado...
Porque são esses cuidados que me permitem ter um bicho saudável em casa. Do que adianta eu querer adotar, ou fazer meu filho ter responsabilidades quando damos para ele um bichinho, se os cuidados básicos - aqueles mesmos dedicados a uma criança - não estão sendo tomados?
Por isso eu acho que, se você quer adotar (ou comprar, pegar, ter...) um bicho de estimação pense em todos, TODOS, os pontos. Pense nele como um bebê recém-nascido porque, mesmo que o bicho já seja um adulto, ele ainda deverá ser tratado - e cuidado - como um bebê.
Quanto ao meu bebê, infelizmente não poderei levá-la para casa esse ano. Mas já deixei tudo organizado: quem vai vir olhar, dar comida, atenção e carinho. Além disso, to quase conseguindo uma louca amiga para ficar aqui em casa fazendo compania para minha pequena. Sim, eu gasto mais. Mas a opção de adotar, foi minha. E eu peguei ela sabendo que, quando as férias chegassem, ou teria que arrumar dinheiro para levá-la comigo ou teria que arrumar alguém para cuidar dela por esse período.
Ela fica brava comigo, chateada, ofendida. Não olha na minha cara por dois dias, não conversa comigo por duas semanas e só vai ronronar depois de um mês. Mas ela me entende, me perdoa, me ama. E eu a amo, entendo e agradeço. Morro de saudades, mas é a vida... ^^
P.S. As imagens contidas nesse post não são de minha autoria e nenhum desses gatos é a Fran. Todas foram encontradas pelo Google.